Resenha ‘Layla – Colleen Hoover’

Oi ooooi gente! Estou chegando com mais uma resenha e meu escolhido de hoje é o mais recente lançamento de uma das minhas autoras preferidas da vida, Colleen Hoover. CoHo sempre tem o poder de acabar com a gente de algum modo e não vai ser diferente em Layla, seu primeiro romance paranormal. Depois de investir em um thriller psicológico com Verity, a autora vem com mais uma inovação e não decepciona. Mais uma vez, ela me surpreendeu com o que é capaz de fazer. Antes de falar mais alguma coisa, vamos a sinopse…

Quando Leeds conhece Layla, ele está convencido de que passará o resto de sua vida com ela. Ela é espontânea, divertida, e a vida ao seu lado é fácil e tranquila. Até que um ataque inesperado faz com que Layla precise lutar por sua vida. Após semanas no hospital, Layla se recupera fisicamente, mas as cicatrizes mentais e emocionais alteraram significativamente a essência e personalidade da mulher por quem Leeds se apaixonou. Com o objetivo de colocar o relacionamento dos dois de volta nos trilhos e tentar fazer com que os dois voltem a ser o que eram antes da tragédia, Leeds leva Layla para a pousada onde se conheceram, na esperança de que o lugar desperte em Layla os vívidos sentimentos de antes, no início da relação dos dois. Mas, assim que chegam ao lugar, situações bizarras começam a acontecer, uma após a outra, e o comportamento de Layla sofre uma mudança ainda mais drástica. Confuso e sentindo-se cada vez mais solitário, Leeds passa a investigar o porquê dos eventos e, sem que realmente perceba, se vê, de repente, obcecado. Sentindo-se a cada dia mais distante e apático com relação a Layla, Leeds encontra consolo em Willow – outra hóspede da pousada onde estão instalados. Os dois estabelecem uma rápida e intensa conexão, e Leeds começa a perceber, atônito, que prefere a companhia da mulher à de Layla, fazendo o possível – e impossível – para encontrá-la, evitando deixar Layla tomar ciência do que acontece ao seu redor. No entanto, à medida que sua curiosidade por Willow cresce, aumentam também os riscos à segurança e bem-estar de Layla. Rapidamente, Leeds percebe que precisa fazer uma escolha, depressa. No entanto, uma decisão errada pode prejudicar a todos.

Para o início dessa resenha, é necessário dizer que o livro é dividido. Tem partes chamadas de “A entrevista” e outras que são apenas numeradas. Pode parecer uma informação aleatória para se começar, mas faz total sentido para a linearidade da trama. E a história já começa pela entrevista, nos mostrando, de cara, que Leeds tem mantido Layla de certa forma presa, tampando sua boca com fita, mas está prestes a contar sua história para um detetive. Um que está disposto a ajudá-lo a entender o que há de errado com tudo o que tem acontecido, seja com ela, seja com a casa. Porque, independente do quanto ele a ame, tudo desandou.

Então, vamos voltar ao dia que Leeds e Layla se conheceram. Ele faz parte de uma banda, que estava tocando no casamento da irmã dela. A verdade é que Leeds não está mais feliz no que está fazendo, mas é capturado por aquela péssima e única dançarina da pista. Quando o serviço acaba, eles acabam tendo um momento na piscina, que leva a um beijo é o suficiente para que eles se conectem e se apaixonem. Eles decidem ficar mais tempo juntos e, quando percebem, Layla já está com ele há dois meses, no Tennessee. Mas, a bolha de felicidade dos dois estoura, depois que Leeds posta uma foto com Layla e isso chega em sua ex, Sable.

– Leeds, é comprovado que quem lê vive mais. Quer morrer jovem, é?

Sable é uma pessoa que perseguiu Leeds desde sempre e quando descobre que existe um novo amor em sua vida, toma uma atitude extrema, que resulta com todos os três baleados. Ele acabou sendo o caso mais leve, Layla de forma mais grave, correndo risco de vida e Sable, morta. Mas, além de marcas físicas, deixou profundos traumas da personagem título, que faz com que Leeds não reconheça mais a namorada. Ela passa a ser dependente, tem alguns surtos e ele quer ajudar ela a voltar a ser como era antes e, dessa forma, ele acredita que voltar ao lugar onde tudo começou, pode auxiliar nessa busca pela melhora de Layla. Então, como uma surpresa, ele a leva para lá.

Só que a ida para o local não vai ser tão tranquila como ele imaginou. Não só porque Layla não está feliz indo pra lá, como também pelo fato de coisas estranhas estarem acontecendo. Coisas que mexem com a cabeça de Leeds, a ponto dele colocar câmeras de segurança pela casa. E, assim eles vai descobrir que os dois não estão sozinhos ali. Existe uma terceira pessoa na casa, que não está no mesmo plano que a gente e ela vai se comunicar com Leeds. Essa interação entre os dois vai levar o rapaz a tomar várias atitudes que podem jogar com a vida de todos os que estão presentes no local e, apesar do conflito que sente em seu interior, ele não vai conseguir voltar atrás nas atitudes que toma, conforme vai ficando mais depende do contato e da sintonia que sente, assim como vai se sentindo cada vez mais impossibilitado de deixar a mansão para trás.

Eu me culpo por não ter pensado nas consequências de expor o rosto de Layla. Quer dizer, estamos falando da internet, porra. Eu devia ter sido mais esperto. Toda postagem tem algum tipo de repercussão.

Antes de seguir, preciso dizer que essa é a resenha mais difícil que já fiz na vida. Eu fiquei quase um mês empacada, simplesmente porque não conseguia imaginar como apresentar esse livro, porque, para mim, ele é um spoiler em forma física. Não só em questão da trama, mas como os próprios personagens. Leeds é quem narra a trama e, mesmo assim, ou talvez por esse motivo, a gente julga ele durante grande parte da história. Ele sabe que várias atitudes que ele toma não são certas, a gente também, dá para sentir vontade de dizer umas boas verdades pra ele e classificar como um dos piores mocinhos da autora. E, então, vem o grande plot e é uma mistura de choque com o pensamento de que ele é uma pessoa apaixonante. Olha o nível de loucura que eu cheguei!

Layla também foi escrita para mexer com a gente. Somos apresentados a uma menina que tem uma energia contagiante, para depois do acidente, encontrarmos uma pessoa absurdamente machucada. O que é justificável, depois do que aconteceu, mas ela parece ter se entregado a atitudes incômodas também. Ela se torna obcecada com algumas coisas, passa a não ligar para outras e vai desconstruindo tudo aquilo que encantou não só ao leitor, mas ao próprio Leeds. Uma das coisas mais perturbadoras é que ela não parece satisfeita com nada que o rapaz faça, mesmo que seja pensando em um modo de fazê-la feliz. E isso vai drenando o relacionamento entre eles.

– Eu estava me sentindo entorpecido por dentro. Já fazia um tempo. Mas as coisas que estavam acontecendo na casa eram tão fascinantes quanto inexplicáveis. Não fui embora porque, de uma certa maneira meio perturbadora… acho que estava curtindo.

Combinado aos comportamentos que Layla passa a ter, existe a terceira pessoa que essa na casa. E o modo como precisa agir para se comunicar com Leeds é um pouco perturbador, mas também vamos passar a entendê-la. O porque de seu modo de agir, seus pensamentos, o que ela acredita e até mesmo seus medos. Ela vai se apegando a Leeds, assim como ele vai se apegando a ela. O interessante é que, em vários momentos, parece muito mais consciente do que está acontecendo e como é errado em vários pontos. Mas, também vai ser aquela que precisa de respostas e um possível fim para tudo o que está sentindo e as dúvidas que as cercam. Vale falar que como a trama se passa na pousada, com os três envolvidos, não existem muitos secundários. Só que não posso deixar de citar o quão grandiosa é a irmã de Layla, mesmo participando tão pouco.

Falar da genialidade de Colleen Hoover é a parte mais fácil dessa resenha. Ela veio, mais uma vez, com um gênero que nunca escreveu, com um romance paranormal, e se saiu maravilhosamente bem. Fico admirada como ela sempre consegue surpreender com alguma coisa, além de nos fazer questionar o certo e o errado, ou fazer com que a gente oscile entre amor e ódio em algum ponto. Como sempre digo, CoHo tem algum dom que faz com que a gente fiquei vidrada na história, devorando uma página atrás da outra, para saber logo as surpresas que nos aguardam. Gostem ou não da trama que ela apresenta, sua escrita é muito fluída e envolvente, não tem como negar esse fato. E, como tem ousando e indo para temas além dos romances dramáticos, podemos ver que ela tem uma caixinha de “bombas” para qualquer gênero que escolher falar. Layla pode até ter um começo que parece clichê, com um casal que se apaixona assim que se conhecessem, mas ela não para de nos surpreender depois que eles voltam para a pousada. Também gosto muito do fato de Leeds narrar a história, oscilando entre contar os fatos e a entrevista, onde podemos entender em que pé ele e Layla estão. Não vejo a hora da próxima novidade de Colleen.

Não sei mais separar os meus desejos. Vim aqui para que Layla e eu pudéssemos recomeçar, mas sinto que, quanto mais tempo ficamos, mais nossos mundo vão acabar se afastando. 

Na parte da diagramação, a Galera Record trouxe uma capa diferente da original. Ainda que eu ache a nossa muito bonito, sinto que a versão americana tem mais a ver com a história. No título, eles usaram um alto relevo em prateado e, depois de um livro anterior, volto a ter problema com o fato dessa parte “descascar”. O resto, mantém o padrão que a editora usa com a autora. Desde o tamanho, até o espaçamento e as letras confortáveis para a leitura. Os capítulos são numerados ou sinalizado como ‘entrevista’. Para quem comprou em pré-venda, recebeu pôster, cards e marcadores.

Layla foi uma surpresa da CoHo, adentrando um novo gênero. E fez isso de forma majestosa. A cada livro que eu leio dessa mulher, redescubro o porque dela ser uma das minhas autoras favoritas da vida. Não tenho como não deixar as minhas cinco Angélicas e contar os dias para o próximo lançamento da autora.

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