Oi ooooi gente! Hoje é dia da nossa coluna tão amada aqui no Além. Não vou mentir, me dá até um quentinho no coração quando tenho postagem nela. A gente embarca na época da história mesmo. Dessa vez, vim falar de A Canção da Órfã, da autora Lauren Kate. Esse livro veio na última caixa do Clube de Romance da Carina, em 2019. E, além de ser de época, ele tinha uma particularidade: foge dos salões de baile da Londres e nos leva para uma Veneza antiga, começando em 1725, voltando ao tempo em que tanto se usava as famosas máscaras… Enfim, não quero falar muito antes de vocês lerem a sinopse.
O primeiro romance adulto de Lauren Kate, autora do best-seller Fallen. Veneza, século XVIII. Época em que as pessoas usavam máscaras a maior parte do ano; quando os amantes, em suas gôndolas, erguiam seus disfarces sob pontes para trocar um beijo; quando a música era a maior de todas as artes. Em uma era de excessos, dois órfãos sonham em ter uma família e um lugar que possam chamar de lar. Violetta e Mino vivem no Incuráveis, um hospital convertido em orfanato, cujo conservatório se dedica a ensinar música aos órfãos. A rigidez dentro dos muros do Incuráveis não é capaz de aprisionar o coração da sonhadora Violetta. À medida que a corista cresce, arde dentro dela o anseio de desbravar o mundo que avista apenas do telhado do orfanato. É ali que seu caminho se cruza com o de Mino, um talentoso violinista também sedento por escapar de claustro e viver a vida que lhe foi negada até então. A conexão entre eles é imediata. Uma amizade nasce sem esforço… assim como algo mais.Uma vez do lado de fora dos portões do Incuráveis, e longe do olhar férreo da abadessa, não tarda para que Violetta e Mino descubram que a realidade é bem diferente do que eles imaginavam – e muito mais cruel.
No começo dessa história, vemos uma Violetta de cinco anos, na expectativa de que suas companheiras de dormitório nos Incuráveis, peguem no sono e ela possa escapar para o sótão, ficar com sua boneca escondida, sonhar acordada com os muros além daquele lugar que conhece. Então, acaba vendo quando uma mãe coloca seu filho na roda, mesmo que ele já não seja mais tão pequeno. E, em um ato impensado, depois de ouvir a música que era cantada, a pequena menina decide salvar o menininho.
Anos se passam e reencontramos Violetta com seus 16 anos e, de certa forma, sofrendo com as limitações e rigidez do orfanato. Especialmente, quando para lembra que precisa entrar no coral para poder continuar fazendo o que mais ama, que é cantar. Caso contrário, terá qualquer ocupação, mas não poderá se envolver com a música. O mesmo vale para se quiser se casar.
– Talvez o carnevale seja um sonho, e Deus seja o despertar. Talvez nossa música seja o pássaro canoro que chama as almas para abandonar o primeiro e seguir para o segundo.
Em uma de suas escapulidas para o sótão, seu caminho se cruza com o de Mino. Um rapaz da sua idade, que toca violino muito bem. E, um amor cresce entre os dois. Mesmo quando Letta descobre que aquele rapaz é o mesmo que ela viu sendo deixado na roda e escolhe não contar isso a ele. Mas, enquanto ela tem sua vida atrelada totalmente ao conservatório de música, Mino está chegando a idade de ganhar a sua liberdade e poder sair para trabalhar e viver fora dos muros do orfanato, fazendo o que ama. Coisa que inveja a menina, que adoraria ter essa liberdade.
Quando sai do orfanato, já contrato para um trabalho, com um apartamento e o desejo de ser feliz, Mino só tem em mente a vontade de se declarar para Letta e pedir para que a menina se case com ele. Mas, quando a leva para sua casa e a surpreende, recebe uma negativa e escuta que a jovem não deseja se casar nunca, muito menos ter filhos. E, então, começa uma sucessão de erros de ambos.
O rapaz fechou os olhos e ouvir a voz de Letta. Foi tomado pelo som. Nos dias em que os dois tocavam no telhado – o violino dele, a voz dela -, seu mundo ficava completo. Naquela época, ele tivera certeza de que um futuro maravilhoso os aguardava.
Mino passa por uma série de problemas e dificuldades, indo ao fundo do poço, até encontrar alguém que lhe dê apoio e o ajude a superar as coisas ruins. Passa a ter um novo rumo, um novo propósito e a tentativa de um amor amor, ainda que Letta sempre ronde por sua mente. Já Violetta, de primeira, consegue ser a grande artista do coral do conservatório. O problema é que não deseja ficar limitada a isso, até que surge a oportunidade de ser algo mais, ser La Sirena. Mas essas escolhas também trarão consequências, mudanças, amores e decepções para sua vida.
Então, em meio a confusos anos e ações, entre diversos acontecimentos, caminhos interligados, ao mesmo tempo tão afastados, Violetta e Mino crescerão, irão amadurecer, sofrer, lutar por seus sonhos e descobrir se seus caminhos são mesmo na vida um do outro, além de descobrir que precisam de segundas chances e vontades de superar os problemas que encontram.
Um coração partido é capaz de amar de novo.
Bom, eu tentei fazer um apanhado geral do livro, acreditem, não contei muito do que cada um irá passar durante a história. Quero comentar um pouco dos personagens e qual foi a minha experiência de leitura. Primeiro, Violetta. Nós somos apresentadas a uma pequena menina sonhadora e torcemos para que ser uma pessoa realizada. O problema é que tudo irá desandar. A impressão que tive, em certo momento, é que ela já não sabia o que queria. É impulsiva demais e isso a prejudica desde o início.
Já Mino, também começa promissor. Ele tem sonhos, é apaixonado e apaixonante. Até que age sem pensar, no momento em que o primeiro obstáculo surge no seu caminho. Então, depois parece desistir da vida e se largar por aí. Nem a sonhada oportunidade de descobrir a mãe, ele pareceu se importar mais. A minha visão foi de que ele precisava sempre de um apoio, que orientasse qual caminho ele deveria seguir ou ele desandava.
[…] Chorou pela mãe. E chorou por Letta – lembrou-se de que ela tivera razão ao falar da mácula sombria da orfandade. Por todos aqueles anos, ele nunca quisera admitir quem era – e quem não era.
Nós tivemos outros personagens nessa trama, mas nada tão aprofundado. Os únicos que me deixaram com mais vontade de saber mais, foram Laura, Elizabeth e Federico. Houveram várias passagens de tempo muito confusas. Terminava um capítulo, aí do nada, três meses, outros seis… se passaram. Quando chegou uma hora muito perdida, li que “dois anos se foram”, aí me situei melhor.
A leitura foi maçante, pesada e tensa. Eram blocos de textos, mesclados com poucos diálogos. Juro que chegou uma hora que me desesperei com tanto sofrimento. Não estava dando mais para mim, mas sou persistente e fui até o fim. A verdade é que rolou aquela esperança de as últimas 100 páginas serem melhor… quem sabe as 50 finais. Mas nada. Então, nas últimas 10 páginas, tudo fica ainda mais forçado. E… melhor eu parar. Se tem uma palavra pra definir o livro é “tristeza”. Não tiveram 10 páginas onde me senti feliz com algum acontecimento do livro.
A vida era como a música; se você mudasse uma única nota, mudaria a canção inteira.
Esse foi meu primeiro contato com a escrita da Lauren, porque eu não li Fallen. Então, eu estava com expectativas. É sempre bom conhecer uma autora nova, principalmente, quando lemos que é seu primeiro romance adulto. Não se assustem com o termo, não tem nada explícito no livro. Achei a ideia de escrever sobre Veneza encantadora. As descrições do local e das comemorações me transportaram para lá. Isso é o ponto alto do livro, é o que destaca ele. A escrita da autora é boa, não tem como negar isso e dá para ver que houve muita pesquisa. A narrativa é feita em terceira pessoa.
Quanto a diagramação, a Record trouxe a capa original. Ela é muito bonita, trás uma máscara, que tanto é citada no livro. Uma pena que não seja nada parecida com nenhuma das que são faladas. Por dentro, temos notas musicais espalhadas por pontos do livro, as folhas são amareladas, com letras e espaçamentos confortáveis para a leitura.
Infelizmente, A Canção da Órfã foi um livro que não encaixou para mim. Não sei se foi uma construção que não esperava, não sei se foi por ter feito a leitura em um momento errado ou se, simplesmente, não me encaixei com a escrita da autora. Mas, deem uma chance, se a premissa e a sinopse te chamarem a atenção. Pode ser uma leitura incrível. Leitores diferentes, ideias diferentes. Deixo duas Angélicas.