Oi ooooi gente! Hoje vim trazer a resenha de um lançamento do final de 2019 para vocês. Confesso que não posso ler “Rainhas” em um livro, que eu surto logo e já quero comprar. Daí, imaginem como fiquei com esse título, não é?! Ainda mais com a palavra “mortas” também. Além disso, com o fato dele ser único, juntou mais empolgação, para entender qual o plano da autora. E, já adianto, fiquei muito surpreendida, porque foi por caminhos que eu não esperava. E de uma forma muito boa. Antes de falar mais, vamos a sinopse…
Na efervescência de paixões proibidas, segredos e alguns mistérios, o reinado das quatro rainhas de Quadara está ameaçado – resta saber como, e por quem. No continente de Quadara, há séculos quatro rainhas reinam absolutas, cada uma representando o próprio quadrante. Juntas, mas separadas. A decidida Iris fala por Archia, a ilha de terras férteis; a estoica Corra representa a tecnológica Eonia; Marguerite, a mais velha das rainhas, é a soberana de Toria e de seus curiosos habitantes; e Stessa, a mais jovem, é o rosto de Ludia, o quadrante da diversão e da arte. As quatro mulheres dividem o poder, sempre respeitando as Leis das Rainhas, sempre pensando no povo e no melhor para a nação. Mas elas têm segredos, e estes podem ser letais. Tão letais quanto Kelarie Corrington. Aos 17 anos, a toriana é a mais hábil larápia e a melhor mentirosa de Jetée. Um distrito de excessos, contrabando e charlatões. O último lugar que Varin, um mensageiro eonista, deveria visitar. Mas ele foi roubado… por Keralie, e a jovem é a única esperança de reaver a mercadoria e manter seu emprego. Um mensageiro nunca pode perder sua encomenda. Para piorar, há coisas muito mais sinistras nos chips de comunicação afanados por Keralie. Algo que pode enredar a larápia e o mensageiro em uma conspiração para assassinar as quatro rainhas de Quadara. Sem opção, os dois resolvem se unir para descobrir o assassino e salvar a própria vida no processo. Quando sua relutante parceria começa a se transformar em algo mais, os dois precisam aprender a confiar um no outro e a superar as diferenças entre quadrantes para viver esse amor. Mas será que uma curiosa toriana e um insensível eonista têm alguma chance?
Quadara passou por guerras e um rei tirano que, ao morrer, deixou quatro viúvas. Elas dividiram os quatro quadrantes e prometeram que nunca mais deixariam nada de ruim acontecer. Para isso, além de cada uma governar um pedaço, várias leis foram implementadas. Séculos depois, nossa história começa oficialmente. Iris, Corra, Marguerite e Stessa… governando juntas, mesmo que separadas. Até que não mais, porque Iris é assassinada.
As outras três rainhas ficam muito chocadas com o acontecido, então, um investigador é chamado para tentar resolver, o quanto antes, o caso. Enquanto isso, começa a procura por uma herdeira de sangue, para poder assumir o trono de Archia. O problema é que, enquanto Gavin suspeita das outras rainhas e segue investigando, as outras correm perigo e vão sendo assassinadas uma por uma.
Os quatro tronos e suas respectivas soberanas estavam dispostos ao redor do disco. Apesar de os quadrantes permanecerem dividido, as rainhasgovernavam da mesma corte. Juntas, mas separadas.
Enquanto isso, temos Keralie, uma larapia, a melhor que Mackie tem em seu grupo. Ela é apresentada sendo desafiada por seu melhor amigo a roubar um estojo do mensageiro que eles observam. E, após aplicar sua tática, consegue o objeto e espera que seja leiloado e lhe renda uma boa comissão. Mas, naquela noite ela tem duas surpresas: o seu item não é posto a venda e sua vítima aparece no galpão, para recuperar o que ele precisava entregar.
Enquanto Varin tenta fazer com que Keralie recupere o estojo que roubou e está guardado em um cofre, Mackie chega e faz ameaças para recuperar aquilo que tanto quer. E, em um ato impensado para salvar a si mesma e o mensageiro, a menina decide ingerir os chips que tinham ali e tem uma visão que a arrepia toda: o assassinado das quatro rainhas da Quadara.
Embora eu tivesse vivenciado a memória da morte das quatro rainhas – da perspectiva do assassino, ainda por cima – até agora não podia aceitar a verdade. Todas as rainhas de Quadaa haviam sido assassinadas.
Então, depois de várias situações de risco e a tentativa de fazer com que Varin não perca o emprego, Keralie aceita regravar todas as memórias que a deixaram assustada e, até mais, correr para ver se, junto com Varin, eles conseguem salvar as rainhas do trágico destino. Mas, uma teia de acontecimentos podem, não só deixar as governantes em um perigo inimaginável, quanto Keralie numa confusão que não tem um jeito certo de resolver.
Eu sei que parece que falei muito mas, acreditem, não falei nem 25% desse livro. Não achem que falar sobre os assassinatos das rainhas é um spoiler, porque o nome já deixa algo bem claro, não é mesmo?! A trama gira mais em torno dos segredos que Marguerite, Corra, Iris e Stessa tem e que podem prejudicar seu reino, além de saber quem poderia matar as quatro. E, como Keralie pode fazer para impedir isso. Então, se preparem para vários plot twist até o fim mesmo!
– Essa não é uma vingança contra a rainha Iris. – O eonita pigarreou. – Creio que seja um plano para livrar Quadara de suas rainhas.
Marguerite se encolheu. Isso não fazia sentido.
– Por que alguém iria querer se livrar de nós? – Seria uma ameaça aos alicerces de Quadara.
Falando sobre as rainhas, Iris é a que menos conseguimos conhecer a fundo, porque ela logo se despede. Mas, por causa da conversa com as outras, vamos sabendo seus segredos, suas ideias, seu jeito de ser e muito mais. O mesmo acontece com as outras rainhas. Todas elas me tocaram de alguma forma, por precisarem abdicar algo que tanto amam, em nome das leis necessárias para governar. Stessa parece uma menina mimada de primeira, mas quando conhecemos melhor, podemos perceber que ela ama o seu quadrante e algo mais. Corra sente demais o impacto da morte de sua irmã rainha e vai perdendo o controle de suas emoções. Já Marguerite, a mais velha delas, sente a perda de todas e a pressão de seu segredo.
Já sobre Keralie, ela é uma mocinha teimosa e turrona, mas não que nos irrite, longe disso. Nós percebemos que ela é atormentada com coisas que fez e se arrepende. Então, de certa forma, a sua tentativa se salvar as governantes de Quadara, é para poder salvar o pai que está no hospital. Ela age com impulso muitas vezes, mas segue o que sempre foi ensinada. Já Varin, com jeito eonico de ser – que você descobrirão como é, no livro -, nos conquista tanto. Ele deseja tão mais do que lhe foi designado, mas respeita as tradições. Então, Keralie vai chegar para dar novo sentido a sua trajetória. E é muito bom ver a interação deles.
– Amar alguém é sempre correr o risco de ter o coração partido – argumentou Corra. – Mas os momentos na companhia um do outro compensam qualquer dificuldade.
Esse foi meu primeiro contato com a escrita da Astrid Scholte e eu já virei fã. A autora não deixa o ritmo do livro cair em momento algum. Eu devorei esse livro, de tal maneira, que eu ficava “não acredito que já estou na metade”, “não acredito que terminou”. Certamente, eu não via chegando várias coisas da trama e fiquei impressionada com a genialidade que ela apresentou. Sem dúvidas, é o melhor livro de fantasia que li nos últimos tempos. Fora que amei a maneira como ela decidiu narrar o livro. Os capítulos narrados por alguma das rainhas, é feito em terceira pessoa. Já os narrados por Keralie, são em primeira pessoa. Sempre tenho medo que esse modo de intercalar prejudique o livro mas, nem de longe, isso aconteceu aqui.
Quanto a diagramação, a Galera Record trouxe a capa original, que eu me apaixonei de primeira. Ela é lindíssima e trás as quatro coroas sujas de sangue, já a contra capa trás os nomes e preceitos de cada quadrante. Por sinal, o livro é aberto com uma rápida explicação dos quadrantes também, assim como a lista de Leis das Rainhas. Já os capítulos começam sendo sinalizados por quem irá fazer a narrativa. Além disso, as folhas são amareladas, com letras e espaçamentos confortáveis para a leitura. O trabalho primoroso foi completo quando, na pré venda, ainda vieram um grande mapa do país e cards de Iris, Corra, Stessa e Marguerite.
Marguerite não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Havia se passado menos de dois dias da morte de Iris, e todas as rainhas tinham sido assassinadas. Agora era a sua vez de morrer. Esperava não ser separada de suas irmãs rainhas no além-vida.
As Quatro Rainhas Mortas foi um livro que ganhou meu coração desde a divulgação da capa e valeu cada centavo e gota de expectativa. Um livro certeiro para os fãs de fantasia, que possam estar carentes de um ótimo livro. Fora que nos cativa pela escrita da autora e nos dá vontade de ler um próximo livro dela. Deixo as cinco Angélicas.