Resenha: ‘Sem Deixar Rastros – Harlan Coben’

Oláaaa pessoal! Meio do mês e isso significa o que? Isso mesmo, hora de mais um pouco de Harlan Coben pra vocês. Hoje trago o terceiro livro, seguindo a ordem cronológica da série Myron Bolitar, Sem Deixar Rastros. Esse livro foi lançado em Setembro/2012 pela Editora Arqueiro. Pra quem não leu as resenhas de Quebra de Confiança e Jogada Mortal, é só clicar aí no link pra saber um pouco mais sobre o início dessa série maravilhosa. Agora, bora conferir a sinopse:

“Myron Bolitar parecia destinado a uma carreira de sucesso na NBA quando uma lesão no joelho o afastou definitivamente das quadras. Porém, 10 anos depois, o agente esportivo, que também atua como detetive nas horas vagas, está de volta ao jogo – não para cumprir seu destino como astro do basquete, mas para desvendar mais um mistério.
O ídolo dos Dragons de Nova Jersey Greg Downing, principal adversário de Myron na época da faculdade, desapareceu sem deixar rastros pouco antes das finais do campeonato nacional. À frente do caso, Myron trabalhará infiltrado entre os jogadores para tentar obter informações que o levem ao paradeiro do antigo rival, com quem também competiu pelo amor de uma mulher.
O que a princípio parece um típico desaparecimento vai ganhando contornos inesperados à medida que a investigação avança, reacendendo em Myron lembranças que ele nunca imaginou ter que reviver.
Com a ajuda de seus fiéis escudeiros, o excêntrico Win e a ex-lutadora profissional Esperanza, ele comprovará que seus piores pesadelos estão mais vivos do que nunca. E, em meio ao glamour da NBA e a criminosos da pior espécie, vai descobrir coisas sobre si mesmo que mudarão sua vida para sempre.”

O livro começa com Myron indo a uma reunião que promete ser bem estranha com Clip Arnstein, sócio majoritário do time de basquete Dragons de Nova Jersey e a reunião não deixa a desejar. Aliás, o “estranho” aí, é puro eufemismo. Clip quer contratar Myron para jogar basquete profissional no Dragons, e não tem problema que o Myron tem esse “pequeno impedimento”, também conhecido como lesão no joelho, que acabou com a sua carreira de atleta antes mesmo de começar. Afinal, Clip quer contratar Myron pra ele ficar no banco de reservas. Estranho, né? Pois bem, ele não está interessado nos talentos esportivos do Myron, ele quer que Myron investigue o desaparecimento de Greg Downing, estrela do basquete e antigo rival de Myron.

Greg sumiu e ninguém quer chamar a atenção da mídia chamando a polícia, pois pode ser apenas um capricho de Greg. Por isso, eles querem que Myron se infiltre no time para que os jogadores confiem nele e contem o que sabem sobre o que pode estar acontecendo com Greg sem levantar muitas suspeitas do seu desaparecimento. Myron negocia a sua própria contratação e, pela primeira vez, ele vai receber dinheiro pelo trabalho de detetive particular, o que faz Win ir às alturas rs.

O único problema com esse caso é que vai mexer muito com o meu bebê Myron. Quando ele sofreu a lesão no joelho e parou de jogar, ele viu o sonho dele desmoronar sem poder fazer nada para impedir, e por mais que ele tenha seguido em frente e tenha se dado muito bem na área profissional como advogado/agente secreto/agente esportivo, ele ainda tem essa dor sobre a perda do seu sonho. Em todos os livros, até aqui, nós temos partes que nos dão essa dica, do quanto essa perda abalou Myron e, nesse livro, mais do que nunca veremos o quanto perder o sonho de ser um jogador de basquete profissional ainda dói no nosso Bolitar.

“Os sonhos nunca morrem. Às vezes achamos que eles estão mortos, mas estão apenas hibernando como um urso velho.”

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O primeiro passo para a investigação do desaparecimento de Greg é investigar a casa dele e é pra lá que Myron e Win vão. Ao invadirem… quer dizer… chegarem lá, eles descobrem quatro coisas: primeiro: Greg não aparece por lá há um tempo; segundo: pelos pertences encontrados no quarto e banheiro, ele tem uma namorada secreta; terceiro: que ele ia se encontrar com uma tal de Carla na noite em que desapareceu e, por último e muito mais assustador, algo muito sangrento e horrível aconteceu no porão da casa dele.

Assim, sem saber se Greg está morto ou vivo, se sumiu ou se fugiu, Myron, Win e Esperanza vão atrás de descobrir o que diabos aconteceu com ele e no meio disso tudo vemos o retorno de Myron às quadras e ai meu coração. A cada jogo que ele jogou, eu fiquei com o coração na mão. Quando o técnico o chama pra entrar na quadra, eu queria poder tampar os olhos pra não ver, caso ele se machucasse ainda mais ou não jogasse tão bem quanto antigamente e acabasse sendo rechaçado pela mídia. É impossível não ver o quanto aquilo tudo mexe com ele e o quanto ele está nervoso por estar de volta e mais impossível ainda é não partilhar do mesmo sentimento. A escrita do Harlan faz isso com a gente.

“Tudo aquilo lhe trazia lembranças do passado. A textura suave do algodão. Os cadarços do calção, que se amarravam feito cadarços de sapato. A leve pressão do elástico sobre a cintura depois de vestir o calção. O ligeiro aperto da camisa ao passar pelos ombros. As mãos experientes ajeitando-as nas costas. O amarrar do tênis de cano alto. Tudo lhe doía na alma. Myron já estava tendo dificuldade para respirar. Precisou piscar para afastar as lágrimas. Então se sentou e esperou até a angústia passar.”

Em paralelo com toda a ansiedade da volta às quadras do Myron temos grandes mistérios a serem revelados que, aparentemente, nada têm a ver com o sumiço do Greg, mas que, claro, no fim, tudo tem uma única ligação. E, preciso dizer, essa ligação é muito triste e revoltante.

Nesse livro, um dos maiores temas abordados é o nosso conhecido “quem tem limite é município”. Greg estava vindo de um processo de divórcio litigioso seguido por uma briga bem feia pela guarda dos filhos com a sua ex-esposa. E o que Myron descobre sobre o que a ex do Greg fez e inventou para que ele não ficasse com a guarda dos filhos, é ao mesmo tempo cruel e compreensível. Não sei explicar. Greg com toda a fama e influência poderia tirar os filhos dela com um estalar de dedos. E assim, ela desce a um nível tão baixo que faz nosso querido Bolitar ter um certo asco dela, já que eles têm um passado juntos. E aí fica o questionamento: até onde você iria por seus filhos? Esse é um questionamento comum nas obras do autor.

Apesar de ser contado em terceira pessoa, sempre vemos apenas o lado e os pensamentos do Myron. Dessa vez, pela primeira vez na série, temos algumas partes contadas pela Esperanza e pelo Win. Apesar de serem poucas vezes, eu adorei. Podemos ver o quanto ambos são importantes na vida do Myron e o quanto eles se preocupam a sua maneira, principalmente o Win. No primeiro jogo de retorno do Myron às quadras, ele chama os amigos para irem assisti-lo e ambos dizem que não vão. Isso me deixou bem chateada com eles, afinal, era um momento bem tenso pro Myron e ele precisava dos amigos por perto. Mas tudo tem um por quê e esse porquê é pura preocupação com a forma que Myron ia lidar com tudo aquilo. Apesar de ainda achar que eles deveriam estar com ele nesse momento, dá pra entender o posicionamento deles.

“Não sou eu quem está desenterrando. É você. Seu passado inteiro. Primeiro, Jéssica, e agora o basquete. Você quer que a gente fique vendo você passar por tudo de novo, mas eu não vou fazer isso.”

O relacionamento de Myron e Jéssica tá mais forte que nunca. Apesar de ela ter ficado do lado do Myron na volta às quadras e, por isso, ter subido alguns milésimos no meu conceito, ainda não consigo simpatizar com ela. Eles estão prestes a dar um passo importante no relacionamento deles e eu tenho vontade de chacoalhar o Myron pra ele parar de loucura. Eu não sei o por quê do ranço tão grande para com a Jéssica, só sei que torço muito pra esse relacionamento acabar logo. Quero o Myron com a Esperanza e espero que em algum momento nos próximos livros isso aconteça. (PLEEEEEEASE, HARLAN! OUÇA MINHAS PRECES!)

A capa desse livro é linda, apesar de neutra. Não sei bem o que pensar dela, acho que “ok” define bem. Perto das capas dos outros livros da série, ela é bem pobrinha rs. A diagramação segue simples e ótima para uma leitura confortável.

“– Há coisas piores na vida – disse. – Do mesmo modo, como você agora sabe, há coisas piores do que nunca mais voltar a jogar.
– Sempre soube disso – rebateu Myron – Mas talvez precisasse mesmo de um lembrete.”

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Enfim, eu gostei bastante desse livro, mas não é o meu preferido da série até o momento. Apesar de adorar a escrita do Harlan, acabei empacando algumas vezes durante a leitura e me senti envolvida pela história mais do meio pro final. Mas quando a leitura engatou, acabei o livro rapidinho e eu já adianto pra ficarem preparados para o final. Teremos grandes revelações sobre o passado do Myron e tudo que fez a sua carreira no basquete acabar antes de começar. Confesso que estou com o coração partido até agora. Assim, deixo minhas 4 Angélicas para Sem Deixar Rastros e já vou correndo começar O Preço da Vitória pra saber como o Myron se recuperou do final desse terceiro livro.CLASSIFICAÇÃO 4 ANGÉLICAS

10 comentários em “Resenha: ‘Sem Deixar Rastros – Harlan Coben’

  1. Sou muito curiosa a respeito dos livros da Harlan, nunca li nada dele. Assim, te parabenizo pela resenha e mesmo pela escolha das citações que despertaram minha curiosidade, sem deixa aquela sensação de que há descobri muito sobre a esstória.

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  2. Oi!! Gostei muito da resenha, que explora muito bem a obra e suas temáticas centrais. Pelo teu relato, achei o enredo meio pobrinho e muito fantasioso, mas pode ter sido só impressão mesmo. De toda forma, unir esporte, romance e suspense tende a dar certo.

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  3. Que mistérios se escondem por trás do desaparecimento do Greg? Imagino que sejam revelações de tirar o fôlego! E ainda temos a experiência de Myron de volta às quadras, achei bem bolada essa sacada de Harlan Coben. Para os fãs dos livros da série, Sem Deixar Rastros é uma ótima pedida de leitura!

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  4. Oi Letícia, tudo bem?

    Ainda não tive o prazer de ler algo do Harlan, mas tenho muita curiosidade, pois os elogios em relação a sua escrita sempre são muitos. Esse livro possui um ótimo enredo, que com certeza despertou minha curiosidade. Mas, como você citou que este terceiro ainda não é seu favorito, então tenho muita curiosidade nos anteriores, que devem ser maravilhosos. Se já quero? Com certeza quero muito! Sua resenha está espetacular!

    Beijos!

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  5. Lêeeee! Eu nunca li nada do Harlan. Eu até tenho dois livros deles, aquele Não Confie em Ninguém e eu bem acho que um dessa série rs
    O que eu gostei da resenha, é que ela me elucidou sobre o que é a série. Achava que era algo de investigação normal, mas com sua escrita, tenho visto que envolve esporte e acho que isso difere de tantas histórias policiais que temos por aí.
    Agora, é tão ruim quando shippamos casais errados hahaha fica aquela sensação de vazio inexplicável kkk
    Aaaaaaaah, amo suas fotos maravigolds! Beijos
    https://almde50tons.wordpress.com/

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  6. Olá, tudo bem?

    Eu li poucos livros do Harlan até hoje, mas todas as experiências que tive com seus livros foram satisfatórias e pretendo ler mais obras do autor. Parabéns pela resenha, ficou bem legal e adorei as fotos. Dica anotada!
    Abraço!

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  7. Oi Leti!
    Apesar de gostar muito do Coben e da narrativa dele (é unânime e gostei da maioria dos seus livros) eu li apenas um dessa série e não lembro o nome (sei que a capa é um rapaz com um capuz de casaco na cabeça). Lembro que não gostei do livro porque não curti os personagens, nem mesmo o próprio protagonista, então decidi focar em outros livros do autor. Até porque também detesto ler séries de livros, me contento com aquele que tem início meio e fim logo.

    Bjão,
    Di, Blog Vida & Letras
    http://www.vidaeletras.com.br

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  8. Poxa, parece ser uma bela história, que mistura esporte (basquete) e suspense. O que será q Mayron irá descobrir a respeito do desaparecimento de seu ex-rival, Greg? Tbm não achei muito legal a ideia de Mayron se relacionar com a Jessica. Parece ser um agradável leitura.

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