Oi gente!! Eu sou muito fã da Lisa Kleypas, então, desde que comecei a ler romances de época, também comecei a busca pelos livros da autora. E foi uma verdadeira caçada, já que essa série era rara e quem tinha os livros para vender, vendiam por um preço bem salgado. Depois de mais de um ano procurando, finalmente consegui a série completa e com um preço razoável. E aí, quando finalmente isso aconteceu, a Editora Arqueiro republicou a série num box e eu só não sofri mais porque as capas são as mesmas. Enfim, choradeiras à parte, eu finalmente embarquei nessa viagem que será conhecer Os Hathaways. Fiquem com a sinopse que já conto mais do livro…
“Após sofrer uma decepção amorosa, Amelia Hathaway perdeu as esperanças de se casar. Desde a morte dos pais, ela se dedica exclusivamente a cuidar dos quatro irmãos uma tarefa nada fácil, sobretudo porque Leo, o mais velho, anda desperdiçando dinheiro com mulheres, jogos e bebida. Certa noite, quando sai em busca de Leo pelos redutos boêmios de Londres, Amelia conhece Cam Rohan. Meio cigano, meio irlandês, Rohan é um homem difícil de se definir e, embora tenha ficado muito rico, nunca se acostumou com a vida na sociedade londrina. Apesar de não conseguirem esconder a imediata atração que sentem, Rohan e Amelia ficam aliviados com a perspectiva de nunca mais se encontrarem. Mas parece que o destino já traçou outros planos.
Quando se muda com a família para a propriedade recém-herdada em Hampshire, Amelia acredita que esse pode ser o início de uma vida melhor para os Hathaways. Mas não faz ideia de quantas dificuldades estão a sua espera. E a maior delas é o reencontro com o sedutor Rohan, que parece determinado a ajudá-la a resolver seus problemas. Agora a independente Amelia se verá dividida entre o orgulho e seus sentimentos.
Será que Rohan, um cigano que preza sua liberdade acima de tudo, estará disposto a abrir mão de suas raízes e se curvar à maior instituição de todos os tempos: o casamento?”
Amelia Hathaway é a mais velha das irmãs e apesar de não ser a responsável legal pela família, ela assumiu essa responsabilidade para si depois que ficaram órfãos e também por perceber que Leo – seu irmão mais velho – estava pouco se importando com o bem-estar delas. Recentemente, o irmão herdou o título de lord Ramsay e com isso ascenderam na aristocracia. Nada disso importou para Leo, apenas que agora teria um pouco mais de dinheiro para gastar com seus novos vícios e novamente relembrou que Amelia seria a responsável pelos gastos das irmãs. Mas ao longo dos meses, a moça percebeu que o título não trouxe muito dinheiro e a propriedade de campo estava completamente abandonada.
Além disso, há uma maldição no título, pois todos os últimos viscondes tiveram mortes precoces. Quando o irmão desaparece por três dias, Amelia vai procurá-lo nas zonas mais perigosas de Londres, ainda mais para uma moça como ela. É nesse momento que seu caminho cruzará com o do cigano Cam Rohan, gerente de uma das casas de jogos mais frequentadas da cidade. Ela sente uma atração imediata por aquele homem misterioso, mas acredita que nunca mais voltará a vê-lo. Porém, antes de partir, é Cam quem resolve expor suas emoções e acaba roubando um beijo da moça. Abalada, Amélia vai embora e promete a si mesma que não tem tempo para analisar esses sentimentos.
“Ele a prendeu por tempo suficiente para sussurrar próximo a sua orelha: – Latcho drom. – A despedida dos ciganos. Um choque íntimo a atravessou quando ela sentiu a respiração dele em sua orelha. Não respondeu. Não conseguiu. Apenas entrou na carruagem.”
Desesperada que Leo se tornasse mais uma vítima da maldição do título, Amelia resolve interditar o irmão e passar uma temporada em Ramsay House, em Hampshire. Ela acredita que isso será um recomeço para toda a família. Com um Leo muito mal-humorado e as irmãs, a moça parte para uma nova vida no campo. Ela só não imaginava que a residência da família estivesse em tão mau estado e com o dinheiro tão escasso, sabe que terá que resolver ela mesma os pequenos problemas da casa. Assim que chegam no vilarejo, ela descobre que são vizinhos dos Westicliff, uma família muito influente na alta sociedade.
Com Leo sendo um visconde, não demora muito para que a família seja convidada à Stony Cross, mas Amelia fica relutante em aceitar o convite, porque sabe que os Hathaways são excêntricos demais, não possuem os traquejos necessários para se conviver com alta sociedade, além do fato do irmão estar com um humor intragável. Se tudo isso já não servisse como desculpa para declinar do convite, o fato de Cam Rohan ser convidado na residência do conde de Westicliff, com certeza faria com que Amelia desistisse de comparecer ao jantar. Ela não quer reviver aqueles sentimentos que apenas o cigano despertou nela, mas a temporada no campo realmente será um recomeço para a família, principalmente para a mais velha.
“- Deus proteja quem ficar no seu caminho. Você gosta de cuidar da vida das pessoas, não é? – Apenas quando é óbvio que posso fazer isso melhor do que elas.”
Esse livro é um pouquinho diferente de todas as outras séries da Lisa Kleypas, pois como estamos falando de uma série familiar e onde teríamos as histórias de todos os eles, a autora aproveitou o livro de abertura não só para nos apresentar Amelia. Conforme a leitura foi avançando, vamos conhecendo Winnifred, Poppy e Beatrix, além de Leo. Além dos Hathaways oficiais, eles tem um ‘irmão postiço’, totalmente cigano, chamado Merripen. Entenderam quando falei que eles eram excêntricos? Com tantos personagens e sabendo que eles protagonizaram os próximos livros, Kleypas nos deu um pouquinho de quem são eles, então essa história não é apenas sobre um casal e sim sobre uma família. Mas primeiro vamos falar dos protagonistas.
Amélia é uma força da natureza. Ela se viu sem muitas opções, dado que Leo largou toda a responsabilidade da família sobre ela, então ergueu a cabeça e lutou por suas sobrevivências. É muito determinada e digamos que até mesmo orgulhosa demais. Ela não consegue ceder a liderança à ninguém, pois desde muito jovem teve que tomar conta dos irmãos. Quando jovem, sofre uma grande desilusão amorosa e isso só a motivou a não buscar pelo amor e muito menos por um casamento. Sabe que facilitaria muito a vida de sua família se fizesse um bom casamento, mas esse sonho ela guarda para as irmãs. Amélia é aquele tipo de heroína que luta por sua independência quanto mulher e ao longo da leitura vamos percebendo que ela não vai mudar seu modo de pensar por homem nenhum.
“Obrigou-se a enfrentar a realidade: Amelia lhe pertencia, não importava se ele ficasse ou partisse, se caminhassem juntos ou não. Poderiam viver em metades opostas do planeta e ela ainda lhe pertenceria.”
Quem divide o protagonismo com Amélia é Cam Rohan, um personagem que já conhecíamos de outra série, então confesso que dei uma leve surtada quando descobri que ele enfim teria sua história contada. Um homem misterioso, que é metade cigano e metade irlandês, que não se sente pertencendo a nenhum dos povos. Ao mesmo tempo que já se adaptou completamente a vida com os gadje, ele ainda gostaria de entender porque foi abandonado, ainda criança, por sua tribo. Ele construiu uma vida e como gerente de um grande clube de cavalheiros, também adquiriu uma grande fortuna. Como cigano, ele acredita que é amaldiçoado por ter tanta sorte e a cada investimento, ele vai triplicando sua fortuna.
Saindo dos protagonistas, temos os outros irmãos Hathaways e vamos começar falando de Leo. O novo visconde sofreu uma grande perda no passado e quase morreu, mas com a ajuda de Merripen acabou se recuperando. Seu corpo, pelo menos, já que nunca mais foi o mesmo homem. Desde então, passou a ter um comportamento autodestrutivo e que prejudicou toda a família. Winnifred ou Win, é a mais doce e delicada das irmãs. Ela tem uma saúde mais frágil, então todos tem muito cuidado com ela, principalmente Merripen. O cigano foi criado pela família e mesmo podendo deixá-los, ele se sente em dívida por ter sido salvo pelo antigo visconde. Além disso nutre sentimentos muito fortes por Win. Poppy é a mais falante de todas e também a mais calma. Foi a personagem menos explorada nesse livro. E por fim temos a caçula Beatrix, uma mocinha de espírito livre, que ama animais e que tem problemas pra lidar com a ansiedade.
“Cam tem sido uma espécie de forasteiro a vida toda. Mesmo quando vivia com os rons. Acho que, em segredo, sempre esperou encontrar um lugar ao qual pertencesse. Mas até encontrá-la, não lhe ocorreu que talvez ele não estivesse procurando um lugar, e sim uma pessoa.”
E não podemos falar de um livro que tenha Cam como protagonista sem mencionar nossos amados personagens da outra série, não é mesmo? Ele é quase irmão de Evie, já que foi criado pelo pai da moça, então quando Sebastian assumiu o clube, o cigano continuou como homem de confiança no clube. E teremos um pouco desse casal anos depois do fim de Pecados no Inverno. Mas se tem um casal que a Lisa Kleypas escolheu amar, é o casal formado por Lillian e Marcus. Sempre que vejo eles sendo mencionados, eu percebo o quanto a autora gosta desses personagens. Aqui eles tem grande participação já que são vizinhos dos Hathaways. Annabelle e Simon também aparecem muito rapidamente enquanto Daisy é apenas mencionada.
Desejos à Meia-Noite é o primeiro livro da série Os Hathaways, e apesar de se passar depois de As Quatro Estações do Amor, ele foi o primeiro livro da Lisa Kleypas a ser publicado pela Editora Arqueiro, lá em 2013. Como as séries da autora, quase sempre, são crossovers, acredito que deve ter sido bem estranho ler sobre as Flores Secas apenas dois anos depois deste lançamento. Ainda mais estranho deve ter sido ver Cam beeemmm mais jovem. A diagramação da editora é simples e o padrão que já estamos acostumadas. Amei o fato de que mantiveram a linda capa original não só deste primeiro livro, mas de todos os outros que compõem a série.
“Nunca tenha medo de ter esperanças – disse Rohan com delicadeza. – É a única forma de começar.”
Ah, como eu amei me aventurar nessa nova série, rever alguns personagens e me apaixonar pelos novos. Desejos à Meia-Noite me deu uma história completamente nova já que não é comum termos um cigano protagonizando um romance de época. Amei que a Lisa trouxe essa cultura como um bônus, algo para enriquecer a trama e nos deixar mais curiosas pelo misterioso Cam. O ponto alto dessa trama, além do fato de ser uma história de família, é esse casal. De um lado temos Amelia, relutante em aceitar se casar apenas por convenção e do outro temos Cam, um homem protetor, amoroso e que só deseja fazer Amelia feliz. Eu gosto de ver um casal mais maduro, que foram trabalhando suas personalidades fortes para tornar o relacionamento entre eles melhor. Sem falar que a química entre eles é de milhões. Enfim, é claro e evidente que esse início de série levou minhas 5 Angélicas.