Resenha ‘Dois Reinos Sombrios – Kendare Blake’

Oi ooooi gente! Hoje eu trouxe a resenha de um livro pelo qual aguardei um ano e meio! O ápice do desespero, meus amigos. A espera foi tanta, que comprei em pré venda mesmo, pagando caro, esquecendo que dias depois teria Bienal. Bienal essa, que a editora sempre coloca promoção. Mas, bola pra frente haha. Se trata de Dois Reinos Sombrios, o penúltimo livro da série Três Coroas Negras. Antes de mais nada, vamos a sinopse.

Uma rainha coroada, duas a caminho e uma completamente inesperada – a coroa foi ganha, mas a briga está longe de terminar. Os brutais acontecimentos do Ano da Ascensão levaram a uma nova Rainha Coroada. Por toda a Ilha de Fennbirn, porém, fala-se na maldição daquela que foi escolhida pela Deusa para governar, e na possibilidade de suas irmãs ainda estarem vivas – algo que, pela ordem natural da ilha, jamais deveria acontecer. No continente, as rainhas supostamente mortas lutam para construir um futuro longe de tudo que perderam. Mas a ilha as alcança na forma de visões da lendária Rainha Azul, morta há centenas de anos. Ao mesmo tempo, a névoa que envolve Fennbirn parece ter se voltado contra seu próprio povo, que culpa a Rainha Coroada. Mas a rainha não está disposta a perder o que lutou tanto para conquistar – e sabe que pode contar com a ajuda de forças ocultas para se manter no poder. O que ela não conta, porém, é com uma quarta rainha, que desponta da revolta dos ilhéus. Em meio a tantas incertezas, apenas uma coisa fica clara: não há como escapar dos desígnios da ilha.

Voltamos a encontrar os personagens de Três Coroas Negras. Dessa vez, as cartas já foram colocadas na mesa, muita coisa sofreu uma mudança. Katherine se tornou a Rainha Coroada e viu suas irmãs escaparem, ainda que não saiba o que houve de fato com elas. Mirabella e Arsinoe foram para o continente junto com Billy. Já Jules decidiu ir se encontrar com os guerreiros de Bastian City. E, esses últimos, ainda estão lidando com uma grande perda.

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Em Fernnbirn, Katharine precisa lidar com alguns fatos que ocorreram depois da sua coroação, junto com o fato que talvez ela não consiga oferecer uma nova trinca de Rainhas a Ilha. Tudo isso vai sendo escondido, junto com a ajuda de Pietyr. Eles estão mais unidos que nunca, enquanto tentam lidar com o que ela se tornou. A nova Rainha Coroada sabe que tem que ver novas pessoas entrando no Conselho Negro, escolhidas pela Alta Sacerdotisa e que precisa, de certa forma, conquistas essas pessoas. Assim como conquistar seu povo.

Só que conquistar seu povo pode não ser muito fácil, quando eles acreditam que ela é uma Rainha Morta Viva, mas não só isso. A névoa que envolve a Ilha de Fernnbirn agora arrasta pessoas e as entrega mortas de forma aterrorizadores. E não será fácil mudar muito a ideia que esse fato possa estar ligado com quem assumiu a Coroa.

– Você é a Rainha Coroada. Conseguiu o que queríamos. O que elas queriam. Agora elas podem ficar quietas e desaparecer.

Já Mirabella e Arsinoe estão no Continente, morando com Billy e sua família. Não está sendo muito fácil para as duas se acostumarem com os novos costumes, mas para Arsinoe é ainda pior. Mas, temos aquele ditadinho esperto “nada não é tão ruim, que não posso piorar”. Ela começa a ter sonhos com uma pessoa chamada Daphne, que vão ficando cada vez mais fortes e apavorantes, enquanto vai descobrindo pedaços de uma história real. E essa história vai acabar levando os três de volta a Fennbirn, sem a certeza do que irão descobrir e como poderão sem capazes de sair de novo da Ilha.

Enquanto isso, Jules começa a entender que algumas pessoas podem achar que sua maldição da legião é terrível, mas outras acreditam que isso a torna especial. Ela começa a treinar suas habilidades, mas ainda se retraí, devido a magia baixa que sua família usou para atar seu problema. Apesar de, no início, não levar fé de que existiram pessoas que a seguiriam, Jules vai se deparar com um número bem grande de pessoas que estão dispostos a se rebelar e segui-la.

Então, durante o livro, vamos acompanhar cada uma delas enfrentando seus novos problemas, precisando encontrar soluções em meio aos seus próprios medo e mais além, vamos ficar na expectativa pelo momento em que todas vão acabar de cruzando novamente e qual caminho cada uma irá seguir. Nem todas estarão bem ou felizes, mas atitudes precisam ser tomadas. Basta saber quem sairá mais ferida e quem irá ferir mais.

– Uma linhagem que está falhando – Emilia retruca e aponta o dedo para o rosto de Jules. – Uma linhagem enfraquecida. O que ela nos deu desta vez? Duas desertoras e uma envenenadora incapaz. Nenhuma rainha de verdade.

Bom, vamos falar dessas Rainhas todas. Vou começar pela minha preferida, que se tornou Arsinoe. Acho que ela teve uma evolução bem grande desde o primeiro livro, acho que ela foi se tornando ainda mais forte e decidida. Além disso, para mim, ela foi responsável por descobrir o maior plot desse livro. Ela ganha uma história paralela, afinal, saiu de Fennbirn junto de Billy e Mirabella. Só que a Ilha não saiu dela e tem uma história para contar.

Mirabella partiu junto com sua irmã e teve mais facilidade em se adaptar ao novo lugar onde moram. Apesar de sentir falta de casa, se sente bem onde está e só quer proteger Arsinoe. E eu acho muito bonita essa proteção que ela tem, a ponto de achar que é mesmo a missão de vida dela. Fato é que a Rainha Elemental sempre foi a mais ligada as irmãs e sempre deixa isso claro.

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Katharine é a que mais mudou desde o começo. Ela era uma menina tão doce, amedrontada e que precisou de apoio para se desenvolver. Mas, depois que Pietyr a jogou no Fosso das Rainhas, tudo mudou. E vamos entender muito bem o quanto isso a mudou, o porque, além do quanto esse fato a domina. O problema é que ela já não tem mais controle sobre seus impulsos e isso vai render problemas também. E, confesso, que acho muito doloroso ver o caminho que acabou reservado para ela. Ninguém mereceria, mas ela muito menos.

– Nossa rainha ou nossa destruição – ela diz. – Ou os dois ao mesmo tempo. E, se for assim, ninguém pode impedi-la. Nem o Conselho Negro, nem a Alta Sacerdotisa. – Ela encontra os olhos de Katharine. – Nem você.

Nossa quarta – e inesperada – Rainha acaba sendo Jules. Depois de revelada sua maldição da legião, ela se vê no meio do início de uma revolução. Ela se vê no meio de pessoas acreditando que ela pode ser uma Rainha que irá quebrar a trinca de Rainhas. Uma Rainha por direito de ser, não pelo direito se sangue. Ela vai ter que se acostumar com a atenção, ao mesmo tempo que precisa lidar com diversos problemas pessoais. Fato é que uma hora a pessoa pode explodir e não sabemos como alguém como Jules será quando isso acontecer. Preciso dizer que se tem uma coisa que amo sobre ele, desde sempre, é o relacionamento com Camden, sua puma familiar.

Temos outros personagens como Pietyr, sempre tão disposto a estar do lado de Katherine e lutar por ela de modo fiel. Ele se sente culpado pelo modo como ela vem se comportando e está mais do que disposto a descobrir como reverter a situação, pelo bem dela. Outro menino que está disposto a se arriscar pela menina que ama é Billy. Ele aceita voltar e ajudar Arsinoe com o que ela precisa descobrir e estará do lado dela. Por fim, as amigas de Mirabella, Bree e Elizabeth também sua importância na história. Elas seguem sendo queridas e fiéis, o problema talvez seja que elas mesmo estejam caindo em uma armadilha. E temos a nova Emília, que me irritou profundamente durante quase todo o livro rs.

Sobre a trama, de modo geral, senhoras e senhores, haja fôlego. Desde o primeiro momento, a autora nos mostra que esta disposta a contar uma história que nos deixará ansiosos. Já no prólogo, ficamos sabendo que é possível que uma quarta Rainha exista, a Rainha Azul, a rainha do povo. Fiquei me perguntando porque começaríamos assim e a explicação vem através de Arsinoe. Depois disso, enquanto vamos viajar através de sonhos reveladores, nos estarrecer com acontecimentos em Fennbirn e nos preparamos para uma rebelião, a autora nos mostra que as surpresas virão a todo os momentos.

– A névoa está se erguendo conta a ilha – ela diz. – Eu quero mostrar como pará-la. Porque a criação dela foi minha culpa.

Kendare não brinca em serviço em nos envolver na trama, seja em Fernnbirn, seja no Continente, ao mesmo tempo que vai dando indícios que não tem medo de assumir riscos. Ela já havia mostrando isso no segundo livro, quando acabou matando um personagem querido. Recomendo que aqui, também preparem seus corações. Porque ela não só tem não tem medo de matar, como ela não tem medo de deixar ameaças pairando sobre os personagens. Ela vem evoluindo a cada livro e, quando terminei, já estava em prantos esperando pelo último. Ela criou uma trama tão alucinante, que não consigo ter teorias sobre o que ela pode apresentar.  A narrativa continua em terceira pessoa e a escrita bem fluída. Além disso, acho sensacional que ela faz toda a história e lenda da Ilha de Fennbirn girar em torno de mulheres incríveis e poderosas.

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A diagramação continua sendo linda. Eles mantiveram a capa original, além de terem traduzido o nome de forma perfeita, uma pena é a palavra ‘negro’ não se encaixou, sendo trocada para ‘sombrio’, assim como vai acontecer com o último. Digo que é uma pena, porque acaba quebrando um padrão que existe originalmente. A capa é soft touch, com elementos que remetam a Rainhas. O livro em sua parte interna é de uma cor que fica entre azul bem escuro e roxo muito bonito. Ainda trás um mapa – e eu AMO quando vem mapas nos livros – e uma lista com todos os personagens, separados por localidade e família. As páginas seguem sendo amareladas, com um bom espaçamento e letras ótimas para a leitura. O que mudou foi que o símbolo das Rainhas – envenenadora, naturalista e elemental – não estão mais presentes.

– Mas quando a névoa começou a se erguer, Emilia? Foi no momento em que Katharine ganhou a coroa? Ou foi semanas depois, quando você passou a elevar Jules a um lugar acima do dela?

Com tanta bomba, com tantos pontos e com tantas reviravoltas, é impossível não dar cinco Angélicas para Dois Reinos Sombrios. Mais impossível ainda é não se sentir louca com a espera pelo capítulo final. O lançamento nos EUA está marcado para esse mês. Só espero que a Globo Alt não demore, de novo, quase um ano com esse lançamento. Meu coração é capaz de não aguentar.

CLASSIFICAÇÃO 5 ANGÉLICAS

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12 comentários em “Resenha ‘Dois Reinos Sombrios – Kendare Blake’

  1. Essa história parece ser bem enigmática, confesso que fiquei bem curioso para saber dessa trama na íntegra, parece ser ma narrativa incrível!!! Anotada a dica.

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  2. Caramba, sua resenha foi realmente muito empolgada kkk fiquei muito curiosa para ler também.
    Ainda não tinha conhecimento sobre esse livro, mas já quero.
    ps: a ilustração é incrível ❤️

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  3. De tanto verem as pessoas falar desses livros, estou ficando com muita vontade de ler, mesmo não sendo o meu estilo predileto… Adorei a sua resenha!

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  4. Essa história me lembra a rainha cabeçuda da história da Alice no País das maravilhas. E de alguns filmes que citam rainhas e princesas, faz lembrar a minha infância também. Fiquei com vontade de ler o livro. Beijo

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  5. Oie, tudo bem? Gente que resenha mais incrível. Impossível não sentir suas palavras conforme vamos lendo. Imagino a ansiedade para acompanhar a continuação dessa saga. Os personagens, o enredo, além dos elementos que a autora vai apresentando no decorrer da história. Gosto muito desse universo de reis, rainhas, além da disputa de reinos que geram guerras, e conquista de território. Me lembrou um pouco a história de Isabel na Espanha. Um abraço, Érika =^.^=

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  6. Oie, tudo bem? Gente que resenha mais incrível. Impossível não sentir suas palavras conforme vamos lendo. Imagino a ansiedade para acompanhar a continuação dessa saga. Os personagens, o enredo, além dos elementos que a autora vai apresentando no decorrer da história. Gosto muito desse universo de reis, rainhas, além da disputa de reinos que geram guerras, e conquista de território. Me lembrou um pouco a história de Isabel na Espanha. Um abraço, Érika =^.^=

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  7. Olá, tudo certo?

    Eu ainda não li os livros da Kendare, até já tive mais vontade no passado de conhecer a escrita da autora, mas infelizmente não estou nessa vibe mais. Você está de parabéns pela resenha, ficou super caprichada e completa. Fico contente que no geral a leitura foi boa!
    Abraço!

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