Resenha: ‘Passarinha – Kathryn Erskine’

“Eu gosto das coisas em preto e branco. Preto e branco é mais fácil de entender. Cor demais confunde a cabeça da gente.”

Sabe quando você acaba de ler um livro e quer contar pra todo mundo o quanto ele é incrível? É esse o sentimento que estou sentindo desde que terminei de ler ‘Passarinha’. O livro foi publicado pela Editora Valentina em 2013 e eu estou há mais de um ano querendo ler e adiando a leitura por saber qual seria o tema abordado. Eu amo um livro de fazer chorar, mas tem alguns que vou adiando por um tempo. Curiosos para saber porque esse livro me deixou tão emocionada?

Confiram a sinopse antes…

“Sinopse: No mundo de Caitlin tudo é preto ou branco. As coisas são boas ou más. Qualquer coisa no meio do caminho é confuso. Essa é a máxima que o irmão mais velho de Caitlin sempre repetiu. Mas agora Devon está morto e o pai não está ajudando em nada. Caitlin quer acabar com isso, mas como uma menina de onze anos de idade, com síndrome de Asperger ela não sabe como. Quando ela lê a definição de encerramento ela percebe que é o que ela precisa. Em sua busca por ele, Caitlin descobre que nem tudo é preto ou branco, o mundo está cheio de cores, confuso e bonito.”

Pela sinopse vocês já podem ter uma ideia de como essa história vai mexer com todas as emoções. Antes de abrir meu coração de como fiquei após a leitura, eu queria mostrar as capas de ‘Passarinha’ pelo mundo. Eu amo a nossa capa, mas achei algumas versões tão meigas que quis compartilhar com vocês.

Antes de começarmos a conhecer a história de Caitlin a autora fez algumas explicações sobre um filme que tem muita influência no livro. Temos um jogo de palavras usando ‘To Kill A Mockingbird’ (que chegou ao Brasil como ‘O Sol É Para Todos’). Eu sei que o título nacional não faz muito sentindo, mas quando foi feita a tradução para o livro temos ‘Matar Passarinho’ e Caitlin fala muito desse filme e dos personagens e seu irmão Devon até deu o apelido de Scout para ela, ou seja, mais uma referência do filme.

Opção1

Sem mais delongas, bora falar da história de Caitlin. Como vocês já sabem, ela é uma menina de 11 anos e que tem Síndrome de Asperger, um tipo mais “brando” de autismo. Para quem não conhece, esse tipo de autismo não tem nenhum atraso ou retardo cognitivo nem a linguagem prejudicada, mas défice de comportamento social, interesses limitados, comportamentos rotineiros, peculiaridade do discurso e da linguagem, perturbação na comunicação não verbal e descoordenação motora, ou seja, para a Caitlin o mundo é diferente.

“Livros não são como pessoas. Livros são seguros.”

Esse livro foi inspirado no massacre da Virginia Tech University em 2002, onde 33 pessoas foram mortas. O nosso livro é todo narrado pela Caitlin e a história começa logo após Devon morrer, não é spoiler já que está na sinopse, vítima de um ataque à escola que estudava. Devon foi uma das poucas vítimas, mas como a cidade é pequena, a comunidade toda ficou de luto. A morte de Devon deixa Caitlin sozinha, pois ele sempre foi seu melhor amigo. Era ele quem a ajudava com suas dificuldades, então como todos estão de luto, Caitlin começa a receber apoio psicológico na escola para poder passar por esse momento difícil.

O problema é que Caitlin não entende muito bem o porque de todas as pessoas estarem chorando, inclusive o seu pai, e porque a Sr. Brook insiste que ela tenha um amigo. Ela ama desenhar e tem muito talento, mas odeia as interações em grupo. O recreio é um tormento para ela, pois tem muito barulho e correria. Ela se isola porque odeia que as pessoas invadam seu espaço pessoal. Ela não suportar ter que olhar diretamente para as pessoas, então a Sr. Brook diz que ela precisa de um amigo e que isso vai fazer ela encontrar um desfecho para o que está passando. Então, ela passa a procurar incansavelmente por ele.

“Procuro a palavra desFEcho no Dicionário e ele diz: A vivência da conclusão emocional de uma situação de vida difícil como a morte de um ente querido.”

É no recreio que ela encontra com Michael, um menino mais novo do que ela e que será tão importante para a história de Caitlin e pela busca de seu desfecho. Michael também está sofrendo e não tem muitos amigos, então eles passam a se falar nos recreios e na hora da leitura. Caitlin finalmente tem um amigo e ela fica bastante chateada quando a Sr. Brook decide colocar Michael com outro menino na hora da leitura e não com ela. Ela não entende que ele pode ser amigo de outras crianças também.

“Embora eu não gostasse da empatia ela é uma coisa assim que chega sem avisar e faz você sentir um calorzinho gostoso no coração.”

O desfecho só vem quando ela decidi terminar o armário da Missão Águia de Devon. Desde a sua morte que o pai não é capaz de olhar na direção dele, então quando Caitlin decidi terminar, ele não a apoia. Ele não quer mexer em nada que renove a dor. Mas Caitlin é insistente e consegue convencer o pai de que eles precisam terminar o armário e encontrar um desfecho para esse momento triste.

Esse momento entre os dois foi muito importante para eles. Caitlin enfim pode entender O Sentido de porque aquele armário era tão importante para Devon. O pai pode amenizar um pouco a dor de perder o filho da maneira que foi. Eu me emocionei bastante nesses momentos de interação entre eles, de como é preciso ter muita paciência para criar uma criança com autismo. Meu coração já é mole, mas junto com o coração de mãe e virei uma pessoa em lágrimas em vários momentos dessa história, principalmente com o final.

Opção2

Esse livro já ganhou vários prêmios e eu acho que foram todos muito merecidos. ‘Passarinha’ tem uma história linda e através do olhar de Caitlin pudemos conhecer um mundo completamente diferente do nosso. Uma leitura muito emocionante, que eu indico para todos eque farão vocês mudarem suas percepções de dificuldade. Eu chorei em tantos momentos por ver como para a Caitlin as coisas mais simples são tão complicadas.

Antes de finalizar, eu preciso falar do trabalho de edição feito pela editora Valentina. A capa é linda e delicada. A contra-capa também e por dentro é outra maravilha. Tem fonte no tamanho ideal para leitura e os diálogos entre Caitlin são destacados em itálico. O trabalho de tradução foi essencial para que entendêssemos as referências entre ‘Passarinha’ e ‘To Kill a Mockingbird’.

Opção3

Esse livro vai mexer com vocês assim como aconteceu comigo. ‘Passarinha’ entrou na minha lista de preferidos da vida e com certeza será um livro que farei minha filha ler assim que tiver idade suficiente para entender como ele é maravilhoso. Vou classificar com as minhas 5 Angélicas e se pudesse pegar mais angélicas emprestadas, eu pegaria só para vocês terem uma ideia da dimensão do meu amor por esse livro.CLASSIFICAÇÃO 5 ANGÉLICAS

 

48 comentários em “Resenha: ‘Passarinha – Kathryn Erskine’

  1. Ai Deus, eu to emocionada. Venho adiando a leitura desse livro também. Quero ler, mas não to no momento “quero derramar lágrimas”. Mas ainda vou ler e sei, sinto que vou amar ❤

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  2. Que resenha mais maravilhosaaa! Esse livro está sempre na minha lista mas vivo enrolando pra comprar e ler, acredita? Depois dessa resenha acho que a enrolação vai acabar, preciso conhecer essa história que só pela resenha já sei que será maravilhosa, estou apaixonada desde já!
    Obs: Que fotos mais lindas!

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    1. Oi Mayara!!
      Eu tbm passei muito tempo com ele na lista até tomar coragem de ler. Eu me apaixonei pelas peculiaridades de Caitlin e de como ela me mudou. Amei e indico.
      Ahhhh…obrigada. O livro é lindo, então ajuda nas fotos ❤
      Bjs

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  3. Oie, tudo bem?
    Admito que nunca tinha ouvido falar no livro, mas conheço alguns trabalhos da editora e sei que deve ser muito bom! Sua resenha me fez acreditar que vou gostar bastante, apesar de ser diferente do que eu costumo ler. Adorei as fotos!
    Beijos

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    1. Oi Gi!!
      Se vc conhece o trabalho da editora, então sabe como eles são ótimos em tudo que publicam. Um dos meus livros preferidos da vida também foi publicado por eles.
      Eu indico muito esse livro. Espero que vc leia.
      Muito obrigada. O livro foi tão bem trabalhado que já ajuda e muito a fazer fotos bonitas!!
      Bjs

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  4. AAAAAAAH, amei a sua resenha e sou absolutamente apaixonada por esse livro, todo mundo deveria ler. Parabéns pela bela resenha!

    Ps: Já leu Extraordinário? Segue essa linha de livros cheio de mensagens legais.
    Dá uma passadinha lá no blog, recentemente fiz resenha de Passarinha também.

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    1. Oi Janaína!!
      Finalmente alguém que leu ❤
      Ele é tão lindo. Eu estou há uma semana que não paro de falar dele.
      Eu ganhei ele, mas ainda não li. Vou passar na frente.
      Obrigada pela visita e vou lá dar uma olhada na sua resenha!!
      Bjs

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  5. Olá flor, tudo bem?
    Eu lembro que conheci esse livro na época do lançamento, e eu tinha gostado da sinopse e tal, mas por algum motivo, acabei esquecendo. Amei a sua resenha! Fiquei feliz em saber que o livro é realmente bom, tenho certeza que me emocionarei também.
    Beijo!

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  6. Já tenho ele, comecei a leitura por causa da resenha, eu me identifico quando vejo personagem com dificuldade de socialização. Já vi a explicação inicial e gostei para ubicar o leitor, quando terminar de ler volto para dizer o que achei, uma certeza eu tenho, vou chorar horrores, pois sou tão emotiva.

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      1. Terminei de ler, não vou dizer que foi uma leitura fluída pois dava muita tristeza, às vezes me colocava no papel de Caitlin e às vezes pensava como deveria ser difícil para o pai de Devon. O que fica de ensinamento e todos deveriamos aprender da Caitlin é a praticar a empatia, pois se pensarmos mais no outro do quem nós, muitos males poderiam ser evitados.

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  7. Oi tudo bem?
    Adorei sua resenha muito bem explicada parabéns pelo seu trabalho,quanto ao livro ainda não li mais é um livro bastante interessante,com certeza assim que eu tiver uma oportunidade irei a procura dele para ler,anotada sua sugestão um beijo grande.

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  8. Que resenha mais linda! Eu também sou assim, tem muitos livros que eu quero ler mas fico adiando pelo simples fato que sei que irei chorar, e esse acaba de entrar para essa lista. Me emocionei só com a resenha imagine quando ler…Bjs

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  9. Nunca tinha ouvido falar nesse livro e fiquei super interessada em ler. Embora não goste nem um pouco de livros que façam chorar, acho muito legal o tema abordado, a visão de mundo de pessoas portadoras de doenças ou deficiências, é um ponto de vista que enriquece muito a narrativa. Anotei a dica e procurarei ler este livro muito em breve! Ah, e achei a capa brasileira a mais bonita haha parabéns pela resenha e obrigada pela indicação, beijos!

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    1. Oi Gabi!!
      Eu amo um drama rs Falou que é pra chorar, eu vou ler. Eu chorei nesse livro porque já sou uma manteiga derretida, aí juntou que eu sou mãe, então já viu o choro rô né? rsrs
      Espero que vc leia e que goste!!
      Bjs

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  10. Olá, tudo bem?

    Já li algumas resenhas desse livro e elas eram bem negativas, o que já tinha me desestimulado bastante a realizar esta leitura. Eu creio que comprei esse livro numa promoção da Amazon (sim, sou daquelas que nem lembra o que comeu ontem). Depois da sua resenha, fiquei totalmente encantada, pois a obra parece ser de uma singelidade única e tocante. Já quero muito ler, sei que chorarei com essa pequena personagem!

    Beijos!

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  11. Oi Adriana!
    Eu já tinha ouvido falar desse livro mas não de forma tão delicada, poética e sensível. Parabéns pela resenha. Ele não era um dos que eu estava muito interessada em ler mas depois que li a sua resenha essa ideia mudou. Bjus

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  12. Desde o lamçamento deste livro, que tenho vontade de ler. Sei que vou me emocionar bastante!
    Mas também sei que mesmo de uma forma dolorida, nos faz refletir.
    Pessoalmente tenho meus motivos para desejar ler esse livro. Assim como o ” O Que Me Faz Pular”.
    Que fala sobre essas pessoas tão especiais! 💙

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  13. Olá tudo bem?
    Estou apaixonada por essa resenha, vivo adiando a leitura desse livro e sempre colocando outros na frente, mas já vi que tenho que parar com isso. Essa é uma das leituras que eu mais gosto de fazer porque eu gosto de chorar nos livros (não me ache estranha hahaha). Já vou providenciá-lo correndo.

    beijinhos!

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